quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Disciplina Positiva

A pirralha tenta a todo o custo tirar o carrinho que o irmão tem na mão. Ela tem um e ele outro mas ela quer os dois.

Aviso que deve parar uma, aviso duas e à terceira informo que se volta a acontecer vou guardar ambos os carrinhos. Dois segundos depois estão os dois a chorar sem os carros (sim, aqui ele foi penalizado sem ter culpa mas um minuto depois estava distraído com outro brinquedo e a birra da pirralha estava a começar).*

Foi para o quarto e sentou-se na cama a chorar (sempre num ângulo em que me conseguia ver na sala). Atirou com tudo o que encontrou para o chão (roupas, pijamas, almofadas, tudo espalhado no meio do quarto). Disse-lhe que precisava de um abraço na tentativa de a acalmar mas ignorou-me. Deixei-a à vontade mas informei que depois teria de arrumar tudo o que estava no chão.

Servi o jantar e informei de que podia vir comer. Ela não veio e comi eu - funciono muito mal quando tenho fome e sei que a paciência seria nula e isso é mais um dos princípios da parentalidade positiva, se nós não estamos bem dificilmente poderemos dar o nosso melhor aos filhos.

Aborreceu-se de estar a chorar sozinha no quarto e veio chorar acompanhada para a sala...

Acabei de jantar e disse-lhe que o jantar dela já estava há imenso tempo na mesa e que como não comia ia levá-lo para a cozinha. Tive de repetir umas três vezes (porque não queria mesmo que ficasse sem jantar) e lá disse que sim que comia. Veio para a mesa e comeu sozinha (muitas vezes começa a comer sozinha e depois distraída reclama por ajuda e nós queremos que ela coma e ajudamos). Quando não quis mais levantei o prato e enquanto tratava da fruta pedi que fosse arrumar o quarto. Disse que sim mas que queria ajuda. Expliquei que demorou tão pouco tempo a atirar tudo para o chão que o contrário também seria muito rápido. E foi.

Não chorou mais nem menos que noutras birras que fizemos mas a resolução desta teve claramente contornos diferentes. Responsabilizar sem acusar, 'passar a bola' para o lado dela é fundamental.

Li o primeiro capítulo do livro e pouco mais. Sei que ter os meus filhos nos braços foi o suficiente para fazer de mim Mãe. Mas ao mesmo tempo algo me diz que posso fazer melhor e os conceitos aplicados e desenvolvidos pelos autores destes livros são uma ajuda preciosa. 

Os nossos filhos não são perfeitos, nem são adultos em miniatura que devem reagir como achamos adequado. São seres que estão a desenvolver-se e a absorver tudo o que lhes damos. Que precisam de regras e rotinas para terem equilíbrio. Se regares uma planta ela fica viçosa. Se não regares sabes o que vais encontrar. 

Não sei se usei a disciplina positiva em todos os passos. Ainda não tenho os conceitos bem definidos, mas sei que disciplina positiva não é igual a permissividade. O que fiz foi lembrar-me sempre que antes do comportamento melhorar tem tendência para piorar (porque estamos a mudar a nossa resposta e as crianças podem demorar um pouco a perceber que não vão obter de nós as mesmas reacções ); que não devo dizer nada que sugira castigo ou que ainda a faça sentir pior do que já está e que devo dar-lhe alternativas, para que se responsabilize pelo que está a acontecer. Equilibrar Gentileza com Firmeza diz a Magda e eu acho que isso é a chave para resolver as birras que desconfio continuarão a acontecer lá por casa... 

4 comentários:

  1. Clap clap clap.
    Aplausos, minha linda.
    Engraçado, hoje estamos ambas "viradas" para a Magda! lol
    Será um SOS!?
    Beijocas <3

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    Respostas
    1. É! Mas vai deixando de ser à medida que vamos interiorizando e aplicando cada vez mais estes conceitos. Ontem fiquei mesmo feliz com o resultado principalmente por ver como ela se reagiu bem. O medir forças não vai desaparecer mas se soubermos lidar com isso vai ficar mais fácil (imagina o que isto pode ajudar na adolescência... medo ;)). Beijocas xx

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    2. Eu li um livro sobre o gravidez (aquele grosso tipo Bíblia) e depois de ela nascer não li mais nada sobre crianças... MAS acho super interessante que o faças e que o façam quem acha que precisa dessa ajuda extra. Eu normalmente recorre ao pessoal amigo e também aprendo muito com os meus erros porque e como disseste: as birras não acabam... e não me fales em adolescência! :D

      BOM FIM DE SEMANA SEM BIRRAS!!

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    3. Eu também nunca tinha sentido necessidade Marta, principalmente antes do J. nascer era tudo muito Zen por aqui... agora sinto que tenho dias em que preciso mesmo de mais recursos do que aqueles que tenho. Também depende muito de como fomos 'criados' porque aprendemos pela experiência, e não querendo dizer que os meus pais fizeram um mau trabalho - até porque eu sou quase perfeita ahahahahaha - há muita coisa que tenho a aprender... Bjs xx

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