segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Ainda

Ainda não consegui organizar-me como quero. 
Ainda acordo mais tarde do que desejo. 
Ainda não consigo deixar a porcaria da tv quando penso que o devo fazer e ir dormir o que preciso.
Ainda não consigo tomar o pequeno-almoço em casa todos os dias.
Ainda tenho dias em que tiro ramelas dos olhos da pequena à porta da escola. 

Mas escrevo aqui e registo mentalmente 
(e quem sabe também num quadro lá por 
casa para não me esquecer mesmo) 
que quem tem as rédeas da minha vida sou eu. 
Eu faço o que quero e quando quero. 
Tudo o resto são desculpas. 


O fim de semana passa a correr. Se há dias em que só me apetece resmungar (maldita TPM) porque só vejo roupa para lavar e a casa para limpar dou graças a Buda por conseguir sacudir a má onda e o cansaço e sair para a rua para levar o vento na cara e despertar para a vida que vale a pena ser vivida. 

Fui ao mercado enquanto eles foram ao parque. O que eu me divirto a ver as excursões de bifes a tirar fotografias de tudo e os guias a a explicar que aquilo é chouriço de porco preto. Comprar as framboesas para a pequena levar para o lanche a preços muito convidativos. Comprar as minhas batatas doces para matar o desejo de guloseimas depois do jantar. Comprar o peixe fresquinho e as batatas na banca com o nome da minha avó. 

Juntar-me a eles e fazer um bouquet de folhas secas. Empurrar a pequena no baloiço e ouvir mais alto, mamã, ajudar o pequeno a subir o escorrega e partilhar estes momentos num cruzar de olhar com ele. 




A minha vida não é perfeita mas é a que eu escolho todos os dias. E todos os dias escolho ser feliz...

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